Desde pequenas, nós mulheres somos ensinadas a se cuidar, estar sempre bonita para as pessoas em nossa volta. E atualmente a maioria se sente mais segura e empoderada após realizar procedimentos estéticos ou um tratamento em um salão de beleza.


Já outras se sentem insegura com o formato de seu corpo, por pensar que estão fora do "padrão social" no qual estão acostumadas a lidar. E a partir deste pensamento surgi a desmotivação emocional, seja para fazer suas atividades diárias ou sair com algumas colegas de trabalho para algum barzinho, por não sentir –se confortável consigo mesma.


Existem também aquelas que encontram seu próprio Hobby, e não demonstram dar a mínima para o que a sociedade impõe sobre elas. A Jornalista, Déborah Queiroz, 21 anos, relata que já sofreu com baixa autoestima devido ao peso de seu corpo, para ela não foi uma tarefa fácil, ela teve que passar por todo um procedimento, e isso não foi questão de dia, mas sim de alguns anos, foi aprendendo a se amar e se assumir do jeito que é. "Para nós mulheres é ensinado que devemos estar dentro do padrão de beleza da sociedade, e se você não está neste padrão, tem alguma coisa de errado com você, e não é assim, pois cada pessoa tem um biótipo diferente, tem um corpo diferente, e a gente precisa trabalhar para que cada pessoa se sinta confortável com o seu próprio corpo", afirma.


Segundo ela, as mulheres são julgadas mais pela sua aparência do que pelas suas qualidades, e apesar disso, hoje essa questão tem tido um desenvolvimento, devido as mulheres se aceitarem e mudar este estereotipo de que mulher bonita tem que ser magra e feminina.

"Todos estes padrões que são impostos para nós mulheres são superficiais, porque eles levam em conta apenas a beleza estética, ou seja, o que está por fora. Então nós somos constantemente e diariamente julgadas pela nossa aparência, ao andar na rua ou postar fotos em redes sociais", diz a jornalista.


Ainda de acordo com ela, este padrão está especificamente relacionado somente para as mulheres, pois os homens são os que menos sofre com isso. E todas precisam estar trabalhando para que este conceito possa ser quebrado e desmitificado, para que possa ter uma sociedade mais livre e mulheres com liberdade de pensamentos.

Muitas youtubers são conhecidas como formadoras de opinião, e tem tido grande destaque em relação a auto aceitação, pois seu trabalho tem influenciado muitas pessoas que se identificam com que está sendo passado. Famosas como Xuxa, Mariana Xavier, Bruna Marquezine tem se manifestado por meio de suas redes sociais sobre assumir sua beleza natural, com suas gordurinhas, rugas, estrias e celulites. Colocando o bem-estar e a saúde em primeiro plano, não importando com críticas alheia sobre sua imagem.

De acordo com a Psicóloga e coordenadora de saúde e bem-estar do instituto INCURSOS , Camélia Santina, a autoestima está relacionada a valorização e aceitação das próprias características. Pois ela é um elemento importante da subjetividade humana, garante a segurança para as pessoas em suas ações e relações interpessoais.

Para ela, homens, mulheres, crianças e jovens podem enfrentar diversas dificuldades relacionadas ao enfraquecimento da autoestima. "Experiências de insucesso, convivência com familiares, amigos, colegas do ambiente de trabalho, que se mostram muito críticas e valorizam pouco as qualidades do outro podem explicar esse enfraquecimento da autoestima", conta.

Especificamente nas mulheres, a baixa autoestima pode estar também relacionada a questões culturais que tentam impor padrões de beleza, levando as mulheres a não se sentirem bonitas e interessantes quando acham que não correspondem a esses padrões

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Barbara Carvalho, 21 anos, trabalhou como modelo desde os 4 anos de idade, ela conta que sempre gostou desta área e seus pais sempre a apoiaram neste sonho. Porém, Barbara relata que já teve problemas relacionados a sua imagem, por não ser como uma mulher bonita pelo fato de ser magra. "Eu já me cobrei muito para parecer a menina perfeita, só andava maquiada, bem vestida ao extremo, porque eu precisava passar esta imagem para as pessoas que eu era uma modelo perfeita. E meu pai e minha vó sempre brigava para que eu não saísse de qualquer jeito na rua porque alguém de uma agência poderia me olhar. Então sempre me cobrava muito com a questão da imagem", afirma.

Para ela, a rede social é a principal ferramenta que as pessoas usam para criticar os outros. "Eu sou uma mulher, eu tenho minhas gordurinhas, celulite, estrias, então porque vou estar cobrando isso das outras!?. O mais estranho é mulheres que cobram mulheres, ao invés de andarmos de mãos dadas juntas, a gente julga".

Carmélia aponta que autoestima baixa provoca incertezas quanto a obter bons resultados em atividades de trabalho, por exemplo, levando muitas vezes as mulheres e demais pessoas a desistirem de seus projetos. "Autoestima baixa também pode provocar uma compreensão equivocada quanto a aceitação pelo outro, visto que uma baixa autoestima gera dúvidas em relação a quanto acreditamos que as pessoas nos querem bem, quanto gostam de nós e nos aceitam. Isso pode ocasionar retraimento, timidez e isolamento", explica a psicóloga.

Devido as críticas que sofreu em sua rede social, com xingamentos ofensivos, Barbara decidiu-se desvincular um pouco do mundo virtual, pois durante as mensagens que recebia em seu Instagram de perfis Fake, fez com que ela entrasse em depressão. Hoje, ela se cobra menos, tentando não se aborrecer com as críticas relacionadas ao seu corpo.

"Eu tenho tentado me desligar dos padrões de beleza, se eu coloco uma roupa e me sinto bem, por mais que eu não tenha muito peito e bunda, eu vou usar. A gente tem que parar com isso, algumas pessoas podem ser felizes com umas gordurinhas a mais, outras a menos, eu não preciso ter um corpo esbelto para mostrar o quanto minha alma é bonita", diz Barbara entusiasmada.

Para enfrentar a baixa autoestima é importante falar para as pessoas próximas nas quais confiamos sobre nossas incertezas e buscar ajuda profissional. Processos breves de psicoterapia são muito eficazes!

O cuidado com o corpo é essencial, desde que não atrapalhe seu psicológico e físico. Realizando procedimentos estéticos que prejudicam a saúde e que pode levar a morte, como alguns casos ocorrido. Pois toda mulher tem a sua beleza singular e jamais deve ser transformada em um simples padrão tóxico imposto pela sociedade. Pois autoestima é se amar em primeiro lugar, carregando consigo suas qualidades e imperfeições.



Autor: Raquel Lima

Fonte de imagem: suarevista.com.br