Reconhecida inicialmente como um temido veneno, após o entendimento do seu mecanismo de ação, a toxina botulínica passou a ser usada na medicina para pacientes cuja paralisação controlada de alguns músculos se mostrava benéfica. Como seu tempo de ação é longo, podendo paralisar músculos por até 6 meses, a inoculação controlada através de uma pequena injeção com quantidades mínimas da toxina se tornou uma boa opção no tratamento de doenças neurológicas/musculares.

Entre as principais indicações para o uso terapêutico estão:

1) Blefarospasmo: uma doença neuromuscular que causa contração involuntária dos músculos ao redor dos olhos, fazendo com que o paciente pisque de modo involuntário e vigoroso.
A aplicação de Botox na musculatura ao redor dos olhos paralisa estes músculos, impedindo estas contrações indesejadas por até 4 meses, época em que é necessária nova administração da droga.
2) Estrabismo: é o grupo de doenças onde os olhos não ficam paralelos, o popular "olho vesgo", que ocorre por assimetria na contração dos músculos oculares. A aplicação de Botox ajuda a diminuir a força muscular de um dos olhos, conseguindo alinhar os globos oculares.
3) Distonia cervical: é uma doença muito dolorosa onde os músculos do pescoço se contraem involuntariamente, causando movimentos abruptos da cabeça para os lados, para frente e para trás.
A aplicação de Botox nestes músculos do pescoço, 3 a 4 vezes por ano, é o tratamento mais indicado
4) Hiperidrose: o excesso de suor, que costuma acometer axilas, palmas das mãos e plantas dos pés, também pode ser tratado com aplicações de Botox, neste caso não para paralisar algum músculo, mas sim para inibir o funcionamento das glândulas sudoríparas.
A aplicação de Botox nas axilas para hiperidrose axilar costuma ter melhores resultados que na hiperidrose palmar e plantar, onde a injeção da toxina, além de ser muito dolorosa, pode causar fraqueza muscular nas mãos e nos pés.
5) Enxaqueca: A aplicação da toxina nos músculos da face e do pescoço, a médio prazo, diminui a incidência da enxaqueca, parecendo ser uma ótima opção para aqueles pacientes com dores de cabeça frequentes.

CONTRAINDICAÇÕES

As contraindicações à aplicação do Botox incluem reação alérgica após exposição prévia, gravidez, amamentação e aplicação em locais inflamados ou infectados.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Os seguintes medicamentos podem exacerbar os efeitos do Botox, não sendo indicado o seu uso concomitante:
• Antibióticos da classe aminoglicosídeo (amicacina, gentamicina, neomicina…).
• Quinina.
• Penicilamina (não confundir com penicilina).
• Anti-hipertensivos do grupo bloqueadores do canal de cálcio (nifedipina, amlodipina, verapamil, diltiazem…).

COMPLICAÇÕES

Entre as complicações mais comuns do Botox estão:
– Dor e hematomas no local da aplicação
– Alergias
– Vermelhidão local
– Náuseas
– Dor de cabeça

Perda do efeito do Botox
O Botox é uma toxina e como consequência, toda vez que é aplicada, provoca uma resposta imunológica do organismo contra esse corpo estranho danoso. Após aplicações repetidas, o nosso organismo é capaz de criar anticorpos conta a toxina botulínica, fazendo com o seu efeito seja neutralizado rapidamente.

Fonte: www.mdsaude.com
Fonte da Imagem: www.mdsaude.com