O Brasil é recorde em tratamentos estéticos, e a indústria da beleza dispara a cada ano. Em busca de cada vez mais intervenções para a obtenção de uma aparência considerada perfeita e dentro dos padrões estabelecidos pela sociedade, as mães acabam, ainda que de modo inconsciente, influenciando no comportamento infantil.

Cristiano Gomes, pediatra, explica que ao verem seus pais buscarem recursos para se tornarem cada vez mais bonitos, as crianças acabam reproduzindo esse comportamento, valorizando cada vez mais a estética e se tornando mais exigentes nesse mesmo sentido, ainda que não possuam a idade necessária e ideal para esse tipo de preocupação.

Se torna cada vez mais comum encontrarmos garotas em idade infantil em salões de beleza, fazendo as unhas e passando por processos de embelezamento como alisamento do cabelo, entre outros, que muitas vezes trazem riscos não somente relacionados ao amadurecimento precoce, mas também pela agressividade dos produtos desenvolvidos para adultos e fragilidade e sensibilidade da pele e organismo infantil, que absorvem o produto de modo mais intenso, aumentando o risco de intoxicação e alergias, sejam leves ou severas, a ponto de risco de choque anafilático entre outros malefícios, como explica a dermatologista Carolina Pontes, que recomenda que as crianças não façam tratamentos modificadores da estrutura capilar.

É importante pontuar que a vaidade é normal e saudável também no universo infantil, desde que não se torne um exagero e atrapalhe até nas atividades normais para a idade e desenvolvimento dessas crianças.

Quando uma criança deixar de brincar e estabelecer contato com outras crianças para ir a um salão de beleza semanalmente e estar apenas em meio a adultos, por exemplo, já se torna um caso mais preocupante, até porque, deixar de priorizar o que é realmente importante para a criança nesse período, como brincar, praticar esportes e estudar, não é nada positivo.

O problema consiste, na verdade, no fato de que uma criança ainda não tem maturidade e estrutura psicológica para lidar com esse tipo de transformação e com a imposição da "indústria da beleza", e seguir esse caminho pode gerar na mesma inclusive distúrbios de ansiedade ou problemas comportamentais graves, como o desenvolvimento e anorexia e bulimia, e é isso que merece uma atenção mais profunda dos pais e adultos que convivem com essas crianças.

Portanto, o estímulo da vaidade como forma de autoestima pode ser positivo, mas é preciso que haja cautela e cuidado para que, devido a exageros e reprodução do comportamento adulto, as crianças não amadureçam precocemente e criem preocupações não condizentes com a fase em que se encontram, o que poderá afetar não só o presente, mas o futuro delas.


Fonte de conteúdo: Disney Babble

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